No imóvel de 115 m² um dos quartos juntou-se à sala, deixando o espaço mais agradável. Cimento queimado, concreto aparente e tijolinhos à vista foram escolhas neutras do escritório dt.estudio, que seguiu o estilo industrial.
A relação de Elder Costa com a casa transformou-se desde que ele trocou o apê alugado em que vivia por um próprio. “Antes, por exemplo, eu não investia muito na ambientação”, recorda. Há cerca de seis meses, o bancário paulistano de 30 anos está no novo endereço, no bairro da Consolação, em São Paulo. Sem improvisos, o imóvel de 115 m² – com reforma e decoração assinadas pelo dt.estudio – traduz o apreço do dono por certo despojamento, tons acinzentados e de madeira, além do bom design presente no mobiliário e na iluminação.
Quarto vira sala
Depois de estudar a planta original, os arquitetos Marcelo Nunes, Thais Aquino e Luis Bernardini, titulares do escritório, propuseram alterações. “A principal delas foi incorporar um dos dois quartos à área social, que era pequena, e integrar os espaços o máximo possível”, conta Marcelo. “Outra foi criar uma pequena varanda, de acordo com o desejo do proprietário, o que adoramos”, lembra Luis.
Pilares preservados
Após a derrubada de paredes, o apartamento, instalado em um edifício dos anos 1960, revelou vários pilares. “Eles foram descascados e integrados aos espaços da área social e da cozinha”, explica Thais. O concreto aparente dessas estruturas harmonizou-se com a textura do tipo cimento queimado que recobre grande parte das paredes e com os tijolinhos à vista aplicados em uma delas. A impossibilidade de recuperar o piso de madeira preexistente levou à adoção de réguas de cumaru.
Decoração sóbria com design
No décor, peças de marcenaria desenhadas pelos arquitetos juntaram-se a itens de outros autores, como a cadeira Paulistano, de Paulo Mendes da Rocha. Detalhe: a designer Mariana Quinelato produziu, especialmente para o projeto, um banco e uma estante que misturam madeira e cobre.
“Outra sacada dos arquitetos foi sugerir pontos de cores marcantes, como os utilizados em superfícies e armários da cozinha aberta para o living, que quebraram a neutralidade”, comenta Elder. E o que falta para o rapaz em seu território? “Preciso comprar umas plantas. O verde faz bem”, conclui.
Este ângulo revela, em primeiro plano, as mesas laterais Três Marias, da Decameron, o pufe C33, da Carbono, e mesa de trabalho, ao fundo, desenho do dt.estúdio. Bancada de concreto moldada in loco (à dir.) apoia a TV. Piso de cumaru da Pau Pau
(Foto: Edu Castello/Editora Globo)
O sofá C115 e a mesa de centro C41, da Carbono, juntam-se à poltrona Alice, da Decameron. Almofadas da Atelier Fernando Jaeger e tapete da Santa Mônica. Ao fundo, o morador Elder posa na cozinha com armários vermelhos desenhados pelo dt.estúdio
(Foto: Edu Castello/Editora Globo)
Pendente Soho, de Joan Gaspar para Marset, na Onlight, ilumina a mesa da Mais Design, com cadeiras Anita, design de Aristeu Pires, na Carbono. Tijolos Provence Marseille, da Palimanan, revestem a parede, com bufê criado pelos arquitetos.
(Foto: Edu Castello/Editora Globo)
O dt.estúdio desenhou a cabeceira da cama, que exibe roupas da Casa Almeida. Ao lado, fica a cadeira Paulistano, da Futon Company. Tapete da Oppa e cortina rolô de linho produzida por Moreno Móveis
(Foto: Edu Castello/Editora Globo)
O gabinete de imbuia desenhado pelo dt.estúdio recebeu bancada de concreto da Casa Franceza. Porcelanato reveste piso e paredes. No boxe, há pastilhas de vidro da Vidrotil
(Foto: Edu Castello/Editora Globo)
Fonte: Revista Jardim & Cozinha